2 de jan. de 2013

Santa ignorância, Batman!

Este final de 2012 teve um episódio esquisitão, mas segundo minha amiga Marie, é assim que a gente fica "cascorado" (essa palavra sempre me faz rir).

Na véspera de Natal fui pra casa do meu pai e fiz a preparação para várias receitinhas veganas sinistras pro dia seguinte. Tudo no maior amor.

Eis que ele me vem com um caldinho de feijão "sem carne, só com temperos da horta", horta esta que eu e meu irmão plantamos e a bichona tá lá enorme, coisa linda, todos os temperos pegaram: um festival de alecrim, tomilho, salsa, manjericão, até lavanda tem, tudo grande e com folhonas...salivei!

Fui com tudo e coloquei uma colher do caldinho na boca, cheio de verdes me esperando, quando "ei, mas aqui tem carne", disse uma amiga que provou antes de mim. Gelei.
Eu estava com a colher dentro da boca, mas obviamente duvidei que alguém, principalmente meu pai, faria esta pegadinha infame comigo. Perguntei se ele jurava que ali não tinha nenhum bicho e ele começou a rir aquele risinho mezzo nervoso, mezzo sem-graça, e disse que tinha "só uma linguicinha" muito triturada, "não sabia que esse negócio era assim tão sério".


O que pensar e como reagir?
E como parar de pensar?
E porra, logo ele? Vindo de qualquer um seria péssimo, mas vindo dele doeu.

Para não azedar de vez o Natal, peguei uma tesoura de jardinagem e fui aparar a horta, tirar folha seca, tirar o excesso. Resolvi gastar a raiva cortando mato em vez de estragar tudo. Não sei como, mas consegui.

Apesar dos delírios de vingança como zunir aquela panela, sei lá, numa vidraça bem grande - a da cozinha mesmo - pra deixar claro a trairagem que foi aquele gesto, resolvi dar uma fortalecida na horta. Acho que a minha agressividade realmente está mais controlada em momentos de raiva extrema.

Efeito vegan.

No dia seguinte, 4 pratos veganos de primeiríssima linha, coloridões, estavam na mesa e foram devorados. Não tocamos mais no assunto, embora eu realmente esperasse um pedido de desculpas que não rolou. Deixei o vacilo com o vacilão e saí mais vegan do que nunca.

E por fim, ainda arrumei uma receita de como digerir sapos e outros bichos engolidos involuntariamente: capar a horta!

Mas que eu achei uma atitude extremamente desrespeitosa - desisto de achar a palavra apropriada pra isso - achei, e certamente outras virão ao longo da vida.

Melhor ter sempre uma tesoura de jardinagem por perto.








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