12 de set. de 2012

Me bateu uma esperança...


Depois que parei de consumir produtos de origem animal, tenho um pensamento fixo na cabeça que é: como conversar sobre este assunto sem ser chata? Como tratar do assunto sem troca de acusações, sem dedos apontados, sem defesas e ataques?

Eu desconfio de várias coisas...uma delas é que a maioria das pessoas não associa "bife" a um animal que sofreu maus tratos, e sim simplesmente à "comida". Eu mesma a vida toda olhei pra um filé de frango, um pedaço de queijo ou para um copo de leite, por exemplo, associando à "comida", a "ingrediente", nunca à indústria.

As imagens que vemos dos matadouros mundo afora são na maioria das vezes feitas por alguém com câmera escondida. Por que será? As empresas dizem que trabalham de forma ética. Então por que não nos deixam ver o que acontece lá dentro? Hein, Sadia? Hein, Perdigão? Hein, Nestlé?

As minhas estratégias para defender os animais são sempre meio delirantes, tenho uma amiga com quem compartilho minhas loucuras e rimos bastande delas. É porque tenho muita vontade de mergulhar de cabeça nesta causa, na defesa animal, mas acho que a pior estratégia é o conflito - com exceção dos atos eco-terroristas, estes eu apóio - a disputa de quem está """certo""", as comparações de estatísticas. Eu acho que a pegada é outra. As pessoas quando discutem sob pontos de vista opostos empobrecem muito o debate porque ficam tomadas pela raiva, pelo deboche. É só entrar em qualquer fórum de discussão pra ver o lodaçal intelectual.

Pois bem, para meu alívio existem esses dois senhores distintíssimos, o publicitário David Coles e o ex-vice presidente do Citibank Philip Wollen (que atualmente é diretor de uma ONG), ambos homens cultos, com visão crítica do mundo e dispostos a conversar civilizadamente - olha que raridade!

Eles estão no documentário australiano Compaixão, dirigido por Aaron J. March. Segue um aperitivo do que vem por aí.




Sem cenas fortes, sem brigas, sem gritarias (eu sei que às vezes elas são necessárias e até fundamentais, mas é bom poder raciocinar amplamente, sem disputar nada com ninguém).
 
Tô achando que este documentário vai fazer muita gente, independentemente da dieta, pensar no assunto de maneira mais aberta, menos repetitiva e menos clichê.

Desta maneira, acho que muita gente vai naturalmente se recusar a patrocinar esta atrocidade generalizada que cometemos diariamente com os animais, sem data para acabar, desde que o mundo é mundo, e talvez passemos a associar "bife" a um ser que era vivo, foi criado nas piores condições e morto brutalmente.

Tomara.

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