3 de nov. de 2013

Tava paradão isso aqui...

Mas só aparentemente.

Depois que resolvi parar de vez de fotografar gastronomia tradicional, tive que correr e mergulhar profundamente no meu mais novo ganha-pão: um delivery de comida vegana aqui no Rio. O Rio tem restaurantes vegetarianos e veganos, já fui a quase todos, mas senti falta de uma pegada gastronômica forte (quem não gosta de uma pegada forte, não é messsss?). A comida da maioria deles, inclusive dos recém-inaugurados é boa, mas não me deu taquicardia. Explico: fui, almocei, paguei, e à noite já não me lembrava do assunto. Tem exceção, como tudo na vida: o .Org, na Barra. Que lugar! A chef é formada no Natural Gourmet, de NY e cuidou pessoalmente de todos os detalhes do restaurante, do menu à decoração. Não que o currículo defina o chef, não mesmo!, mas quando paixão se une à formação, aí ninguém segura. E ela é assim, apaixonada e fera. Tatiana Lund é o nome dela. Mas o .Org é vegetariano com opções veganas. Maravilha. Mas eu queria um veganão mesmo, todo vegano, 100% bicho-free, e aí convidei um chef de cozinha amigo pra uma sociedade e............ele topou!

Estamos inaugurando muito em breve, já temos toda a documentação e a cozinha está pronta. Estamos na etapa de testes, confecção de embalagem, contratação de entregador, impressão de cartão de visitas, site, terminando obra no banheiro de funcionários...essas coisinhas que a gente nem lembra quando pensa "vou abrir um delivery".

Em breve quero postar mais aqui sobre essa etapa, talvez a mais importante da minha vida. Incrível o trajeto que tive que percorrer até chegar num trabalho que faz total sentido pra mim. Pela primeira vez sinto isso. Eu amo fotografar gastronomia, amo a galera louca da cozinha, mas depois de veganizar ficou impraticável. Fotografava discordando por dentro. Não tinha mais sentido.

Aí só depois da burocracia toda, da obra, de definir menu, de comprar fogão, bancada, fritadeira, coifa, depois da peregrinação obsessiva por todos os detalhes foi que me toquei: VOU CONTINUAR FOTOGRAFANDO COMIDA!!! A MINHA! VEGANONA TODA VIDA!

Agora sim faz sentido.

Em breve, mais detalhes. Por enquanto, a foto do chef Will, meu parceiro nessa viagem toda. Comprou a idéia na hora e, ao se interessar pela comida vegana, começou a ler sobre veganismo e tá bolado! Tá virando um veganão sinistro, a ponto de implicar com o brinco de uma garota que ele conheceu, porque era feito de escama de peixe! kkkkkk....já vi tudo!

                                                       Boa sorte pra gente, Chef! Obrigada por me acompanhar nessa viagem.




19 de jul. de 2013

George Bernard Shaw

"Quando um homem quer matar um tigre, chama a isso de esporte; quando é o tigre que quer matá-lo, chama a isso de ferocidade. A distinção entre crime e justiça não é muito grande."


23 de mai. de 2013

Quem te conhece não esquece jamais

Assim é o veganismo.

Meu irmão, criado à base de churrasco, novo, criativo e um estranho no ninho no mundo dos executivos de terno e gravata, está começando a se interessar pelo tema.




Ganhei o dia!






9 de mai. de 2013

Mais do mercado

Fechei o ciclo da fotografia gastronômica tradicional em grande estilo.
Meu último trabalho estava agendado e não gosto de deixar cliente na mão, então OK, combinei, tá combinado.
É uma empresa respeitadíssima de sorvetes aqui do Rio.
Eis que conversando com uma das donas, ambas ótimas, comentei sobre sabores sem leite e vi que elas têm vários. Vários sorvetes sem leite, minha gente!
E por que não divulgam isso pro público vegano?, perguntei. Não tinham se dado conta ainda do mercadão que tem por aí, completamente carente.
Pois hoje dei várias dicas pra elas, por e-mail, e elas se empolgaram! Onde divulgar, provar Tofutti, ver o que acontece mundo afora (nem precisa ir longe, em SP a coisa bomba).

Aí o dilema "mas a empresa usa leite em outros sabores e blábláblá", o inquilino que mora na minha cabeça resmungou. Ignorei o inquilino, porque eu quero mais é que as empresas todas invistam em novos sabores maravilhosos e receitas incríveis, e vendam muito, ganhem muito dinheiro com produto vegano. Elas disseram que os sabores de fruta sem leite são os que mais vendem, veja você!

Aos poucos a gente vai espalhando a palavra...me sinto uma jesuíta, catequizando a galera, mas beleza. A causa é boa.

E, vamos lá, se os sorvetes sem leite vendem mais que os com leite...significa que...o sabor é bom à beça!

Viva a veganada!




1 de abr. de 2013

Parem as máquinas de novo!

Gente, continuem com as máquinas paradas.

Depois do X-Tudo, dei uma refinada e fui parar na Pricake (Avenida Higienópolis, 467 - Higienópolis, SP).

Negócio muito sério. Tudo impecável: ambiente, atendimento, decór (oh yes), talheres, louças, embalagem...que primor!

Loja movimentada, lindos minicupcakes de 3,5 cm, deliciosos, criança lambendo os dedos, como tem que ser. Eu fiquei com a impressão de que os clientes nem eram veganos, e não estavam nem aí se a receita não tinha ovo nem leite, tão burramente indispensáveis na confeitaria. E isso é maravilhoso pra confirmar que comida boa é comida bem feita e bons ingredientes. Não tem absolutamente nada a ver com sofrimento. Não é óbvio isso?

VIVA A PRICAKE!


Na loja, olhando os mais de 40 sabores de cupcakes, todos feitos com chocolate belga:

- Bom dia, qual deles é vegano?
- Todos!

 



Parem as máquinas!

Gente, olha só, para tudo o que vocês estão fazendo.

O objetivo agora é comer o X-Tudo (juro!) do Lar Vegetariano Vegano, em SP.

Desde que eu veganizei, tenho comido melhor, mais refinado. Tenho explorado tudo com mais minúncia do que antes. Aí......fui a SP.
E recebi um convite pra comer um X-Tudo.
E aí, beleza, vamos nessa, sem expectativa, porque X-Tudo realmente não estava fazendo mais parte do meu mundo, e nem pensava mais em X-Nada, tava aqui na minha aventura culinária cheia de novidades caprichosas.

Rapaz...chega um X-Tudo daqueles punkões mesmo, com hamburger, "queijo" derretido, "bacon", alface, tomate, ketchup....aquele X-Tudo que suja a mão, that's the spirit.

O lugar é simples, zero produção, ambiente qualquer coisa.

Mas o X-Tudo.........putz........comeria um agora e outro daqui a umas duas horas.

Olha os ingredientes:

Hamburger de PVT, vegarela, tomate, pepino, tofu defumado orgânico, acebolado, catupisoy, alface americana e molho tártaro.


Pronto: voltei ao fast-food!

:)

29 de mar. de 2013

Olha o batom!

Eu tava aqui quietinha, tranquila e controlada no consumismo, aí eu dou de cara com a Obsessive Compulsive, marca vegana de cosméticos, e agora tô aqui procurando o cartão de crédito.

Ainda mais com esse nome, gente...ah não! Vou comprar, cadê meu Visa?








7 de mar. de 2013

Menu do dia

E pra mostrar a beleza e a malemolência da comida vegana, apresento-lhes, o Menu do Dia daqui de casa!

Tudo foi feito (e fotografado) por mim.
Sem produtos artificiais.
Pratos de origem 100% vegetal.
Atenção aí, mala sem alça, não são receitas para emagrecer! Quer emagrecer, procure um nutricionista. Quando eu engordava comendo carne ninguém falava que a causa era a dieta onívora, agora é um tal de "ah, mas isso engorda". Get lost!


Se pra você comida vegana é repetitiva e/ou entediante, escolha uma ou mais opções abaixo:

(  ) Não conheço muito bem os ingredientes disponíveis no mercado
(  ) Não sei cozinhar
(  ) Sei cozinhar mas não tenho criatividade
(  ) Meu paladar está meio prejudicado pelo excesso de produtos artificiais
(  ) Nunca provei, mas falo que não gosto
(  ) Sou meio ultrapassado e rejeito novidades
(  ) Obedeço direitinho a propaganda. Compro tudo o que me mandam.
(  ) Eu realmente preciso comer cartilagem, veias, artérias, sangue, tendões e gordura em todas as minhas refeições.
     

01 de novembro de 2012 - Batatas laminadas pra comemorar o Dia Mundial Vegano!

Moleza de fazer, e lindo! Batatas laminadas: corta com uma faca bem afiada, por favor, lâminas fininhas da batata, preservando a base. Faz uma misturinha de azeite, sal, pimenta do reino e temperinhos (no caso desta, garam masala), umas folhinhas de coentro fresco entre uma lâmina e outra - não precisa ser em todas - 40 minutos no forno pré-aquecido e voilá!
Feliz Dia Vegan!


20 de setembro de 2012 - O estranho lanchinho frugal

Dada a minha vocação pra ser qualquer coisa, menos frugal, neste dia cheguei em casa com uma coisa bem estranha em mente: pão integral torrado, pasta de soja temperada com azeite, e uma espessa camada de granola salgada em cima. Portanto, o pão da direita está com granola salgada sabor páprica picante, e o da esquerda sabor curry. Eu estava com um desejo incontrolável por apimentados e crocâncias.
Pão do Bento
Pasta de soja Puro Sabor
Granola Salgada Casa na Árvore




10 de setembro de 2012 - Legumes picantes com arroz

Muito picantes (tem um caldinho no fundo)!
Abobrinha, cenoura, quiabo, batata baroa, couve-manteiga e couve-flor salteados no azeite, sal, muito alho e pimenta do reino. Depois um caldinho com cebola, alho e tomate refogados e todos os temperos picantes que eu vi pela frente.
Pimenta me acorda pra vida!




08 de setembro de 2012 - Sanduichinho Noturno

Hamburguer de Soja marca Soja Mania (finiiiiinho, tadiiiiinho)
Pasta de soja com cenoura Puro Sabor
Cebola
Tomate
Rúcula
Granola Salgada sabor Páprica marca Casa na Árvore
Pão do Bento sabor linhaça




30 de agosto de 2012 - Almôndegas de soja com molho de vegetais e purê de batata
                                   

Fiz o purê de batata no mixer, com a água do cozimento. Temperei com sal, um fio de azeite e joguei salsa fresca na hora de comer.
Almôndegas Deep-Freeze (ótimas), com molho: cebola e alho refogados em azeite, sal e pimenta do reino, tomates, cenouras quase cruas e salsa fresca.
Comfort-food vegana!




Fusilli, berinjela no alho e azeite, azeitona azapa e tomatinho-cereja. Vai?





Esse aqui é sucesso de público e crítica: grão de bico picante com bertalha no alho, tofu grelhado e amêndoas.






Farfale com brócolis, cenoura e abobrinha em pesto de manjericão.


 

Canjica com crocante de côco.




Mingau de aveia com calda de baunilha e damasco e crocante de banana.

2 de mar. de 2013

Ué, mas você não come proteína???

Se você é vegano, ouviu essa frase centenas de vezes, e ouvirá para o resto da vida.

Tô pensando em imprimir e deixar na carteira, porque né? Fica mais rápido.

Perguntou? Levou uma tabelinha.


Fonte: Conselho Regional de Nutricionistas de SP.


28 de fev. de 2013

Radicalismo suave

É que eu não quero descambar pro radicalismo, mas tô me achando meio radical sim. Mas uma radical suave. Hoje durante a arrumação da bancada da cozinha fiquei me achando uma patricinha falando de veganismo e ao mesmo tempo fazendo uma obra gigante. OK, eu resolvi me tornar vegana 1 mês depois da minha obra começar. Antes disso era heavy-metal, pedi até um forno de 90cm, daqueles que "cabem um peixe inteiro".

Aí fui abarrotada, do jeitinho que eu adoro, pela visão vegana, que fez meu olhar ampliar assustadoramente. Quando dei por mim, já tinha cortado, além dos ítens clássicos da alimentação, vários outros que sempre fizeram parte da minha despensa.

Hoje fiquei raciocinando...OK, quando eu decidi pelo veganismo minha casa já estava quebrada, no osso. Não dava pra voltar atrás. Aí saí cortando um monte de coisas no projeto, tipo quantidade de pontos de luz, revestimentos, etc. Beleza que iluminação é a nona maravilha do mundo (a oitava é o veganismo), mas peraí, é a minha casa, não é a cerimônia do Oscar, e não quero casa com cara de hotel.

Depois na hora de botar o piso, radicalizei: altos pisos maravilhosos no mercado...tudo caro demais pra minha cabeça de hoje. Comprei duas latas de tinta para piso Novacor, sem produto de origem animal segundo o fabricante, e ela foi aplicada no piso anterior. Que achado! A textura não é das mais agradáveis, achei meio áspero, mas e daí? Gastei R$120,00 pra pintar o chão da sala e quando penso nisso a aspereza do chão fica até suave...

Entrar de sapato em casa eu já não entro faz tempo, então meu chão fica sujo só da poeira que entra pelo vento. Depois de veganizar, cortei absolutamente todos os produtos de limpeza. Unilever e Cia se dependerem de mim vão precisar mudar o rumo da prosa.

E limpar a casa com água, limão e vinagre.....gente....vai por mim! Fica com cheiro de fazenda!
O vinagre evapora e fica só o cheiro do limão. Vinagre agora fica do lado do detergente Bio Wash...já mergulhou aquelas pratas escurecidas pelo tempo em água e duas colheres de vinagre? É passar a esponja e falar: OOOOOH! Veja Multiuso, Pinho isso, Pinho aquilo, Vanish, OMO, Limpa Vidro, Cif, Sapólio e todos os que testam ou usam componentes animais em sua formulação...nada disso mais faz parte da minha vida.

E ainda sobra um troco maneiro, porque produto de limpeza convencional é caro à beça.

É a tal coisa...radicalizar suavemente....olha que radicalismo fofo: limãozinho, vinagre e água!



25 de fev. de 2013

A engrenagem

Vídeo maravilhoso do Instituto Nina Rosa com Ellen Jabour e Eduardo Pires.

Vê aí!!!!!


Ética e (é?) ingenuidade

Minha casa está em obras e agora que a obra terminou começo a ver todas as imperfeições que precisam ser corrigidas. É a finalização, parte mais difícil e minunciosa de qualquer coisa, aquela hora que se arrasta até você falar "OK, está pronto".

Mas o que eu fico mais chocada é o seguinte: de A a Z as partes prestadoras de serviço parecem não se incomodar em deixar o trabalho malfeito. Dane-se que o trabalho vai carregar seu nome, sua postura. Dane-se o combinado, dane-se, pois o dinheiro não é meu. Dane-se que eu marquei às 8h, não fui e não avisei, dane-se que quem me contratou precisa de mim pra resolver o problema. Não tenho nome a zelar, aliás, zelar nome é coisa de ingênuos, deixa rolar que não dá em nada. E daí que a pessoa mora sozinha e precisa desmarcar trabalho pra ficar me esperando? Se ela fez uma obra, deve estar cheia de dinheiro, essa patricinha. Tá bom fazer 90% do trabalho e deixar 10% capenga. O que é que tem? Pra que esse drama todo?


Pra que esse drama todo?

Eu é que não vou perder meu dia, deixa ela lá esperando. Eu prometi fazer, mas não fiz e não faço, não sei fazer ou não quero fazer, dá no mesmo, dane-se. É muito exagero fazer drama com uma coisa tão pequena. Ninguém vai reparar se não tem acabamento, o aparente é o que importa. Se parece novo, isso basta. Deixe imperfeito, e depois que a pessoa sentir a dificuldade na pele, vc aproveita e cobra caro por uma visita pra consertar um erro seu. É maneiro, não dá em nada e vc ganha duas vezes.

.

Tô passando pelo maior teste de tolerância da minha vida.
Na educação e no respeito a coisa afrouxa.
É dar um piti que a coisa anda.
Eu não sou assim, eu não trabalho assim.
Malandragem pra mim é fazer o certo, fazer melhor que o certo, surpreender e ganhar propaganda de graça, sorriso na cara e um convite pra um café futuro.

Não tem malandragem maior do que ser ético.
As coisas funcionam melhor. Não quer dizer que não tenha espaço pro erro. Não tem problema errar. O problema é só a vítima do erro se incomodar. Errou, avise, na hora, e se vira do avesso pra consertar. Consertou? Avise, na hora, que o problema está resolvido. E nunca, jamais, roube tempo, expectativa, dinheiro ou saúde de ninguém.

Por que esse papo aqui?
Porque aqui é onde eu posso me dar ao luxo de defender a ética no máximo grau sem ninguém me chamar de boba.

Porque pra mim chamar alguém de ingênuo é elogio. Viva a resistência dos ingênuos!




18 de fev. de 2013

Outra pausa na mudança...

...não somos apenas nós, os veganos mala sem alça, que defendemos a alimentação vegana.
A ONU também.
Leia a matéria do jornal britânico Express.

11 de fev. de 2013

Parei a mudança!

Tô fazendo mudança durante o carnaval, mas a pausa é só pra dizer que:


80% dos antibióticos vendidos nos EUA vão para animais criados e mortos para a indústria alimentícia, para acelerar o crescimento e compensar os efeitos de insanidade causados pelo confinamento.


E você aí, falando que não consegue viverrr sem seu café com leite, seu pão com manteiga, seu ovinho, seu bifinho ou sua "carne branca".


fonte: http://milk.procon.org/

1 de fev. de 2013

Mensagem do dia!



:-)

Falou e disse, Chef!



"Produtos resultantes da exploração e do sofrimento animal são amplamente comercializados e aceitos pela maioria das sociedades. O raciocínio leva a concluir: se é “legal”, deve ser moral. A chancela do governo, da cultura e das religiões legitima o crime da matança dos animais e o transforma no crime perfeito. Os consumidores vêem no direito de escolha, um exercício de sua liberdade individual visto que animais e seus derivados são commodities, classificados simplesmente como produtos. Então, se é nosso direito, por que não o fazer? E se todos fazem, e não o fizermos, do que estaremos nos privando?
Os nossos sentidos são desde cedo condicionados a sabores, odores e texturas. A maior parte das pessoas prefere não saber o que existe por trás da indústria alimentícia e principalmente questionar seus hábitos antigos. Alguns preferem a alienação a abrir mão dos seus prazeres gustativos. Ouço isso constantemente e observo o que as pessoas comem. Anos atrás, quando consumia carne, minha alimentação era muito mais restrita do que hoje. Ao deixar de consumir produtos de origem animal veganos descobrem um novo e colorido universo de alimentos"

Leia a ótima entrevista com o Chef Daniel Biron aqui.

Segundo novo feriado no meu calendário!


É o seguinte: eu sou chata.
Eu sou legal mas eu sou chata.

Aí ocorre que eu tô aqui no maior veganismo vegano da minha veganidade-nagô e de repente recebo aquele presentinho maneiro, cheio de carinho, com laço de cetim e cartãozinho e tudo.

Abro o pacote cheia de esperança e voilá: uma bolsa cheia de cosméticos maravilhosos, shampoos caros, sabonetes da lavanda mais cheirosa, cremes milagrosos...coisa fina! Tudo caro, marca "boa".

Eu era fanática por cosméticos (OK, muitos eu comprava e nem usava, por pura preguiça), então era sabidamente um presente que fazia sucesso comigo. Meu banheiro tinha shampoo Lancôme, toda a linha Verbena da L'Occitane, cremes Shiseido...era o verdadeiro parque dos horrores.

Aí rolou no aniversário.
Depois no Natal.
E volta e meia rola.


E eu agradeço e reconheço o carinho, eu sei que as coisas foram compradas com boas intenções.
Mas não uso e não vou usar.
Na verdade (foi mal aí se vc que tá lendo me deu recentemente algum presente destes), eu viro a esquina e me desfaço deles.
Não tenho coragem de falar pra pessoa "ah, mas eu só uso isso sob a mira de um revólver", então eu simplesmente ganho, agradeço, sorrio e, plim!, despacho o pacotinho ou o pacotão no primeiro minuto.

Só que, olha o dilema: eu me desfiz dos últimos presentaços dando pra alguém que ia usar. Olha que besta!
Só agora, pensando na proibição dos testes na União Européia, me dei conta disso. Ou seja: eu ganho uma pedra de crack, não uso, mas dou pra primeira criatura que passar do meu lado.
Maneira eu, né? Pessoa generosa, "do bem".

É que eu fico com sentimento de culpa, porque a pessoa que comprou o presente lembrou de mim, escolheu uma coisa que achava que eu ia gostar, aí pagou os olhos da cara, guardou e esperou até nos encontrarmos para me entregar.
Sacanagem jogar fora, né?

Pois então, gente boa, acabo de receber aqui uma autorização reconhecida em cartório do meu cérebro e do meu coração para jogar fora toda e qualquer coisa que eu ganhar e que for testada em bicho, ou tiver qualquer vestígio de bicho em sua composição. Se a gente parar pra pensar, que coisa sinistra isso...pega a tripa do bicho e passa na cara...bebe o sangue do bicho...que bizarrice é essa?

Dia 01/02/2013 - Dia da obrigatoriedade de inutilizar todo e qualquer presente contendo qualquer coisa que não seja de origem vegetal. Uma data para comemorar!

Agora, te digo uma coisa: se você tiver o privilégio de tomar um banho na minha casa hoje em dia e usar meus novos produtos, vai ficar bolado. Vai viciar!







11/03/2013 - Novo feriado no meu calendário!

A partir deste dia fica proibida a venda na União Européia de qualquer produto cosmético testado em animais.
A decisão é histórica, data para se comemorar e ao mesmo tempo se abismar ao concluir como a humanidade é dissimulada no quesito ética.
Algumas grandes empresas que não testavam em animais e passaram a testar (você não leu errado) para entrar no mercado da China, onde os testes são obrigatórios, se quiserem vender na Europa, terão que parar de testar nos bichos.
Portanto, L'Occitane e Mac, por exemplo, terão que fazer o sacrifício de serem éticas.
É a minha teoria de que as empresas fazem de tudo, inclusive serem éticas, para terem lucro.

Por aqui não vejo o menor engajamento das pessoas no sentido de boicotar marcas de lucram com exploração. É tão simples, e não causa o menor desgaste para quem toma a decisão. Em vez de comprar A, comprar B, pode fazer com que empresas de qualquer lugar do mundo façam o que tem de ser feito.

Mas quem disse que os bonitos estão aí pra isso?

Veja a matéria no Vista-se.

18 de jan. de 2013

Palavras de sabedoria

Quando estive na Liberdade, em SP, reparei que tinha um senhor bem velhinho todo paramentado, numa barraca. Quis saber quem ele era.
Ele não falava português, e tinha uma tradutora que me explicou que ele era um Bonzo, uma espécie de sacerdote budista, um homem sábio.
Ele escrevia à mão (em japonês, lógico), palavras como sabedoria, paz, energia, alegria, com aquela caligrafia linda, e benzia. Depois, botava um carimbo de autenticidade, de que aquelas palavras foram benzidas por ele.

Pois bem, decidi o que eu queria ter escrito na minha casa, olha que lindo:


Tradução: Eu amo missoshiro!

O Bonzo achou meio estranho, mas eu amei!


Feijoada japonesa

Minha amiga japa Ju está no Brasil e tô na pilha de fazer uma feijoada.
Vegana, óbvio.
Com torresminho de banana.

=)


Fotos em breve, ainda mais agora, que tenho DUAS leitoras!

9 de jan. de 2013

Olha o endereço do Blog

Vegan por um dia.
Quando eu comecei a escrever, a idéia era fazer um diário e ir registrando todas as minhas dificuldades, as fissuras, as vontades, as escorregadas no meu trajeto ao veganismo.
Vegan por um dia. Como nos Alcoólicos Anônimos, vivendo um dia de cada vez. Pirou na fissura? Pensa: é só por hoje! E eu achava que comigo seria assim.

Aí neste exato minuto me fiz a seguinte pergunta: a quanto tempo eu estou na dieta vegana mesmo?
Nem me lembrava.
Não teve um dia sequer que eu fissurei em queijos, carnes, leite de vaca, mel ou ovos. Eu, que amo o gosto de todos eles, do ovo especialmente. Ainda amo o gosto, mas não tem a menor possibilidade de, voluntariamente, comer nada disso. Mentira: abri uma exceção. Comi um ovo do galinheiro do meu querido Flávio outro dia. Ovinho de galinha que cisca no sol e bebe água no rio. Ovo de galinha de estimação.

No meu caso, não comer não teve a ver com restrição. Teve a ver com ética, e com o que eu considero óbvio (não colaborar com morte nem crueldade). Como eu nunca tinha pensado nisso? Como esse assunto não é discutido em casa, nas escolas, nos botecos da vida?

Depois que eu vi os vídeos "clássicos" (Behind the Masks, A carne é fraca, a palestra do Gary Yourofsky, um pedacinho de Terráqueos, que não consegui ver todo por motivos de histeria, vergonha, culpa, raiva, sei lá, tudo junto, entre outros) não teve um dia sequer que a idéia de comer qualquer coisa de origem animal me pareceu aceitável ou tentadora. Fora esse único ovo.

Estou vendo que o veganismo se tornou natural pra mim. Nem penso na dieta em si. Não teve a parte de "se esforçar" ou de ter "força de vontade", como em todas as 900 mil dietas que eu fiz durante a vida para emagrecer. Na verdade emagrecer também não está em pauta, embora pudesse estar.

Eu achava que todo dia teria mil vontades, que precisaria do blog para organizar as idéias, contar minha saga. Achava que produzir fotos ajudaria a me seduzir pela comida vegana. Não aconteceu nada disso. Até queria produzir mais fotos, colocar mais receitas (tô sinistra), mas quando eu vi já foi: cozinhei, comi, lavei a louça, como se nada disso fosse novidade. Incrível, né?

Vou me esforçar mais pra continuar com as fotos.

Enquanto isso, já na barriga, curto um maravilhoso ensopado feito com cebolas douradas no azeite, alho, cenoura e brócolis salteados, tomate, grão de bico, sal e pimenta, uma folhona de couve rasgada e uma raspinha de limão siciliano, só porque eu tinha um aqui e queria usar logo. Finalizei com cebolinha, que também era o que tinha de fresco na geladeira, uma colher de óleo de linhaça depois de pronto e me joguei. Faltou proteína, eu sei, mas estou sem tofu e fiquei com preguiça de fazer arroz integral numa hora dessas (arroz + grão de bico = proteína).

Lindo, imagina a foto que beleza!

:)






8 de jan. de 2013

Desejos para 2013

Além de neurônios, desejo que em 2013 os produtos da Tofurky cheguem ao Brasil.

Atenciosamente,
A Gerência



SBT - Sádicos, Babacas e Toscos

Se já é demais da conta pensar que todo ano 50 bilhões de animais (sem contar peixes e crustáceos) são mortos para se transformarem em cocô humano, o que pensar de uma das maiores emissoras brasileiras que faz "pegadinhas" deste tipo?

Qual o limite da estupidez e/ou insensibilidade humana?
Da empresarial nós já sabemos: não tem limite. O que mais tem é exemplo.
Empresas burras, como o SBT, que torram milhões em marketing e publicidade para construir a imagem perante o consumidor, são facilmente desmascaradas. No caso do SBT, existem diretores, diretores de conteúdo, editores-chefes, chefes de reportagem...ninguém achou abusivo? Ou a audiência é a única coisa que interessa? Parece que sim.

O limite das empresas a gente conhece: nenhum.
O poder do consumidor é total. Basta um simples boicote pra botar tudo a perder: promoções, campanhas homéricas de marketing, liderança ou vice-liderança.

Porque as empresas são capazes de tudo, até de serem éticas, para não perder mercado.

Boicotemos portanto.

Assista à "pegadinha" do SBT, que amarrou um cachorro num balão e acha isso a coisa mais criativa do universo.

 

Desejo para 2013: neurônios! Neurônios pelo amor de Deus!




4 de jan. de 2013

Forks over knives

Doida pra ver esse filme!




Por que os japoneses, coreanos, filipinos e chineses quase não têm problemas cardíacos, câncer de próstata, câncer de cólon, câncer de mama, osteosporose e outras doenças que devoram o mundo ocidental?


Mmmm.....deixa eu pensar: não comem laticínios.....a proteína diária vem do tofu......que mais? Comem muitos vegetais.......mmmm.......errr.........algo parecido com a dieta vegana?

=)

Aula: refrigerantes

Li este texto feito pelo Prof. Dr. Carlos Alexandre Fett, da UFMT, que está circulando nas redes sociais. Na dúvida, pesquisei sobre o professor e ele existe mesmo.
Eu adoro uma Coca-Cola gelada, mas de um tempo pra cá venho me questionando sobre este hábito, já que com a dieta vegana o paladar fica mais exigente.
Como assim beber um treco preto ultragasoso que se usa pra limpar mármore, e que você bebe e não mata a sede? Eis a questão.



"Na verdade, a fórmula 'secreta' da Coca-Cola se desvenda em 18 segundos em qualquer espectrômetro-ótico, e basicamente até os cachorros a conhecem. Só que não dá para fabricar igual, a não ser que você tenha uns 10 bilhões de dólares para brigar com a Coca-Cola na justiça, porque eles vão cair matando.

A fórmula da Pepsi tem uma diferença básica da Coca-Cola e é proposital exatamente para evitar processo judicial. Não é diferente porque não conseguiram fazer igual não, é de propósito, mas próximo o suficiente para atrair o consumidor da Coca-Cola que quer um gostinho diferente com menos sal e açúcar.

Entre outras coisas, fui eu quem teve que aprender tudo sobre refrigerante gaseificado para produzir o guaraná Golly aqui (nos EUA), que usa o concentrado Brahma. Está no mercado até hoje, mas falhou terrivelmente em estratégia promocional e vende só para o mercado local, tudo isso devido à cabeça dura de alguns diretores.

Tive que aprender química, entender tudo sobre componentes de refrigerantes, conservantes, sais, ácidos, cafeína, enlatamento, produção de label de lata, permissões, aprovações e muito etc. e tal. Montei um mini-laboratório de análise de produto, equipamento até para analisar quantidade de sólidos, etc. Até desenvolvi programas para PC para cálculo da fórmula com base nos volumes e tipo de envasamento (plástico ou alumínio), pois isso muda os valores e o sabor. Tivemos até equipe de competição em stock-car.

Tire a imensa quantidade de sal que a Coca-Cola usa (50mg de sódio na lata) e voc ê verá que a Coca-Cola fica igualzinha a qualquer outro refrigerante sem-vergonha e porcaria, adocicado e enjoado. É exatamente o Cloreto de Sódio em exagero (que eles dizem ser 'very low sodium') que refresca e ao mesmo tempo dá sede em dobro, pedindo outro refrigerante, e não enjoa porque o tal sal mata literalmente a sensibilidade ao doce, que também tem de montão: 39 gramas de 'açúcar' (sacarose).

É ridículo, dos 350 gramas de produto líquido, mais de 10% é açúcar. Imagine numa lata de Coca-Cola, mais de 1 centímetro e meio da lata é açúcar puro.


- Fórmula da Coca-Cola?...

Simples: Concentrado de Açúcar queimado - Caramelo - para dar cor escura e gosto; ácido ortofosfórico (azedinho); sacarose - açúcar (HFCS - High Fructose Corn Syrup - açúcar líquido da frutose do milho); extrato da folha da planta COCA (África e Índia) e poucos outros aromatizantes naturais de outras plantas, cafeína, e conservante que pode ser Benzoato de Sódio ou Benzoato de Potássio, Dióxido de carbono de montão para fritar a língua quando você a toma e junto com o sal dar a sensação de refrigeração.

O uso de ácido ortofosfórico e não o ácido cítrico como todos os outros usam, é para dar a sensação de dentes e boca limpa ao beber, o fosfórico literalmente frita tudo e em quantidade pode até causar decapamento do esmalte dos dentes, coisa que o cítrico ataca com muito menor violência, pois o artofosfórico 'chupa' todo o cálcio do organismo, podendo causar até osteoporose, sem contar o comprometimento na formação dos ossos e dentes das crianças em idade de formação óssea, dos 2 aos 14 anos. Tente comprar ácido fosfórico para ver as mil recomendações de segurança e manuseio (queima o cristalino do olho, queima a pele, etc.).

Só como informação geral, é proibid o usar ácido fosfórico em qualquer outro refrigerante, só a Coca-Cola tem permissão... (claro, se tirar, a Coca-Cola ficará com gosto de sabão).

O extrato da coca e outras folhas quase não mudam nada no sabor, é mais efeito cosmético e mercadológico, assim como o guaraná, você não sente o gosto dele, nem cheiro, (o verdadeiro guaraná tem gosto amargo) ele está lá até porque legalmente tem que estar (questão de registro comercial), mas se tirar você nem nota diferença no gosto.

O gosto é dado basicamente pelas quantidades diferentes de açúcar, açúcar queimado, sais, ácidos e conservantes. Tem uma empresa química aqui em Bartow, sul de Orlando. Já visitei os caras inúmeras vezes e eles basicamente produzem aromatizantes e essências para sucos. Sais concentrados e essências o dia inteiro, caminhão atrás de caminhão! Eles produzem isso para fábricas de sorvete, refrigerantes, sucos, enlatados, até comida colorida e arom atizada.

Visitando a fábrica, pedi para ver o depósito de concentrados das frutas, que deveria ser imenso, cheio de reservatórios imensos de laranja, abacaxi, morango, e tantos outros (comentei). O sujeito olhou para mim, deu uma risadinha e me levou para visitar os depósitos imensos de corantes e mais de 50 tipos de componentes químicos. O refrigerante de laranja, o que menos tem é laranja; morango, até os gominhos que ficam em suspensão são feitos de goma (uma liga química que envolve um semipolímero). Abacaxi é um festival de ácidos e mais goma. Essência para sorvete de Abacate? Usam até peróxido de hidrogênio (água oxigenada) para dar aquela sensação de arrasto espumoso no céu da boca ao comer, típico do abacate.

O segundo refrigerante mais vendido aqui nos Estados Unidos é o Dr. Pepper, o mais antigo de todos, mais antigo que a própria Coca-Cola. Esse refrigerante era vendido obviamente sem refrigeração e sem gaseificaç ão em mil oitocentos e pedrada, em garrafinhas com rolha como medicamento, nas carroças ambulantes que você vê em filmes do velho oeste americano. Além de tirar dor de barriga e unha encravada, também tirava mancha de ferrugem de cortina, além de ajudar a renovar a graxa dos eixos das carroças. Para quem não sabe, Dr. Pepper tem um sabor horrível, e é muito fácil de experimentar em casa: pegue GELOL spray, aquele que você usa quando leva um chute na canela, e dê um bom spray na boca! Esse é o gosto do tal famoso Dr.Pepper que vende muito por aqui.

Refrigerante DIET:

Quer saber a quantidade de lixo que tem em refrigerante diet? Não uso nem para desentupir a pia, porque tenho pena da tubulação de pvc... Olha, só para abrir os olhos dos cegos: os produtos adocicantes diet têm vida muito curta. O aspartame, por exemplo, após 3 semanas de molhado passa a ter gosto de pano velho sujo.

Para evitar isso, soma-se uma infinidade de outros químicos, um para esticar a vida do aspartame, outro para dar buffer (arredondar) o gosto do segundo químico, outro para neutralizar a cor dos dois químicos juntos que deixam o líquido turvo, outro para manter o terceiro químico em suspensão, senão o fundo do refrigerante fica escuro, outro para evitar cristalização do aspartame, outro para realçar, dar 'edge' no ácido cítrico ou fosfórico que acaba sofrendo pela influência dos 4 produtos químicos iniciais, e assim vai... A lista é enorme.

Depois de toda essa minha experiência com produção e estudo de refrigerantes, posso afirmar: Sabe qual é o melhor refrigerante? Água filtrada, de preferência duplamente filtrada, laranja ou limão espremido e gelo... Mais nada !!! Nem açúcar, nem sal.



O QUE ACONTECE QUANDO VOCÊ ACABA DE BEBER UMA LATA DE REFRIGERANTE:



- Primeiros 10 minutos: 10 colheres de chá de açúcar batem no seu corpo, 100% do recomendado diariamente. Você não vomita imediatamente pelo doce extremo, porque o ácido fosfórico corta o gosto.
- 20 minutos: O nível de açúcar em seu sangue estoura, forçando um jorro de insulina. O fígado responde transformando todo o açúcar que recebe em gordura (É muito para este momento em particular).
- 40 minutos: empurra cálcio, magnésio e zinco para o intestino grosso, aumentando o metabolismo. As altas doses de açúcar e outros adoçantes aumentam a excreção de cálcio na urina, ou seja, está urinando seus ossos, uma das causas das OSTEOPOROSE.
- 60 minutos: As propriedades diuréticas da cafeína entram em ação.a tudo que estava no refrigerante, mas não sem antes ter posto para fora, junto, coisas das quais farão falta ao seu organismo."

2 de jan. de 2013

Santa ignorância, Batman!

Este final de 2012 teve um episódio esquisitão, mas segundo minha amiga Marie, é assim que a gente fica "cascorado" (essa palavra sempre me faz rir).

Na véspera de Natal fui pra casa do meu pai e fiz a preparação para várias receitinhas veganas sinistras pro dia seguinte. Tudo no maior amor.

Eis que ele me vem com um caldinho de feijão "sem carne, só com temperos da horta", horta esta que eu e meu irmão plantamos e a bichona tá lá enorme, coisa linda, todos os temperos pegaram: um festival de alecrim, tomilho, salsa, manjericão, até lavanda tem, tudo grande e com folhonas...salivei!

Fui com tudo e coloquei uma colher do caldinho na boca, cheio de verdes me esperando, quando "ei, mas aqui tem carne", disse uma amiga que provou antes de mim. Gelei.
Eu estava com a colher dentro da boca, mas obviamente duvidei que alguém, principalmente meu pai, faria esta pegadinha infame comigo. Perguntei se ele jurava que ali não tinha nenhum bicho e ele começou a rir aquele risinho mezzo nervoso, mezzo sem-graça, e disse que tinha "só uma linguicinha" muito triturada, "não sabia que esse negócio era assim tão sério".


O que pensar e como reagir?
E como parar de pensar?
E porra, logo ele? Vindo de qualquer um seria péssimo, mas vindo dele doeu.

Para não azedar de vez o Natal, peguei uma tesoura de jardinagem e fui aparar a horta, tirar folha seca, tirar o excesso. Resolvi gastar a raiva cortando mato em vez de estragar tudo. Não sei como, mas consegui.

Apesar dos delírios de vingança como zunir aquela panela, sei lá, numa vidraça bem grande - a da cozinha mesmo - pra deixar claro a trairagem que foi aquele gesto, resolvi dar uma fortalecida na horta. Acho que a minha agressividade realmente está mais controlada em momentos de raiva extrema.

Efeito vegan.

No dia seguinte, 4 pratos veganos de primeiríssima linha, coloridões, estavam na mesa e foram devorados. Não tocamos mais no assunto, embora eu realmente esperasse um pedido de desculpas que não rolou. Deixei o vacilo com o vacilão e saí mais vegan do que nunca.

E por fim, ainda arrumei uma receita de como digerir sapos e outros bichos engolidos involuntariamente: capar a horta!

Mas que eu achei uma atitude extremamente desrespeitosa - desisto de achar a palavra apropriada pra isso - achei, e certamente outras virão ao longo da vida.

Melhor ter sempre uma tesoura de jardinagem por perto.